Vinte e cinco anos após a última indicação do Brasil para melhor atriz de drama no Globo de Ouro, Fernanda Torres concorreu e levou a estatueta por sua atuação em “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Sales.
Sempre com uma beleza clean e discreta, Fernanda Torres é a representação do menos é mais. E para a noite de premiação ela se manteve fiel ao seu estilo com um vestido preto do estilista belga Olivier Theyskens com mangas levemente transparentes e bufantes e gola alta, com um superdecote nas costas e uma fenda generosa na lateral. Scarpins pretos e joias de brilhante do brasileiro Fernando Jorge arremataram a produção.


O estilista de 47 anos, que não é tão conhecido do público, começou a carreira jovem e já vestiu celebridades como, Madonna, Nicole Kidman, Sarah Jessica Parker, Angelina Jolie. Também atuou na direção criativa da marca Nina Ricci no período de 2007 a 2009, e depois retomou sua marca homônima e também assumiu a direção criativa da alta-costura da Azzaro.
Mas imagino que muita gente questionou: ah mas por que ela não usou um vestido de um estilista brasileiro? Sim, ela poderia, mas temos que lembrar que a politicagem e a estratégia de imagem em um dos mais importantes prêmios mundiais do cinema e da televisão devem ser levados em consideração. Não que não tenhamos nomes brilhantes e talentosos, temos sim, mas Fernanda Torres também precisou se destacar de igual para igual com as outras atrizes e foi fazendo isso a cada aparição no tapete vermelho. Tudo é intencional. Então acredito que trazer um estilista que já tem um certo renome internacional foi a escolha estratégica pra esta noite. E tudo bem, o nome do Brasil já está mais que bem representado. Agora é aguardar dia 17 de janeiro, quando serão anunciados os indicados ao Oscar e torcer mais uma vez para termos o cinema brasileiro lá, brilhando.


O estilo de Fernanda Torres
A atriz usa sempre cores neutras e pouquíssima estampa, mantendo seu estilo e mais do que isso, transmitindo uma adequação muito pertinente à história do filme. “A maneira como me apresento num tapete vermelho tem a ver com Walter (Sales, diretor do filme), com a Eunice Paiva. Você não pode ir vestida de Cinderela indo mostrar esse filme”, disse a atriz.
Fernanda já apostou em um Dior em seda da coleção de inverno com um discreto bordado no colarinho para evento da academia em Los Angeles. Com joias do designer brasileiro Fernando Jorge.


No Festival de Veneza, ela estava chique e elegante em um vestido azul-marinho do estilista Alexandre Herchcovitch. O trabalho de Reinaldo Lourenço, outro estilista brasileiro que faz um design impecável esteve dentre as produções.
Das marcas internacionais, a atriz também usa Bottega Veneta, Max Mara e Louis Vuitton. Em comum, vemos produções sóbrias, mas nada convencionais, sempre temos uma assimetria ou um ponto focal como botões e drapeados.
O stylist da atriz é o carioca Antônio Frajado que em entrevista ao portal Splash falou do desafio de levar para o tapete vermelho a personalidade discreta da personagem Eunice Paiva, vivida por Fernanda no longa. “A gente sempre desejou que a roupa não fosse maior do que o personagem e que não fosse maior até mesmo do que a grandiosidade do tema”, disse o profissional que acompanha a atriz há 12 anos.